No dia 27 de novembro, o governo federal anunciou um pacote de cortes de gastos que provocou um aumento significativo na cotação do dólar, atingindo uma marca histórica de R$ 6,12. Desde essa data, a moeda dos Estados Unidos tem se mantido estável em torno de R$ 6, com impactos diretos na economia brasileira.
A indagação que paira no ar é: por que o dólar continua alto? O comentarista econômico Adalberto Piotto aponta duas razões principais para esse fenômeno. Primeiramente, existe uma questão doméstica relacionada à gestão fiscal do país. O Congresso Nacional, nesse momento, está relutante em avançar nas discussões sobre o pacote fiscal antes de resolverem as emendas, nas quais o Supremo Tribunal Federal teve participação direta.
Além disso, o descontentamento entre os parlamentares se deve ao receio de que qualquer mudança na legislação impacte os benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada e o salário mínimo. Uma solução viável para um contingenciamento robusto seria a implementação de uma reforma administrativa, que visasse reduzir o tamanho da máquina pública, tornando-a mais eficiente.
Vale ainda ressaltar que a geração de empregos nos Estados Unidos tem influenciado fortemente na valorização do dólar. O desempenho positivo do mercado de trabalho americano foi acima das expectativas, o que criou uma aura de segurança econômica que atrai investidores, resultando em uma preferência por aplicar seus recursos em um “paraíso de segurança”.
Esse cenário também leva a uma expectativa de que o Banco Central dos EUA mantenha as taxas de juros elevadas, o que, por sua vez, afeta as decisões de investimento globalmente.
Em suma, a combinação de um quadro fiscal instável e fatores internacionais, como a saúde da economia americana, parecem suster o valor do dólar em níveis elevados. Sem reformas rápidas e eficazes, a previsão é de que essa realidade persista, refletindo diretamente na economia do Brasil em 2024.
Conclusão: Para que o Brasil possa retomar um cenário de confiança em sua moeda, é indispensável que o governo federal busque soluções que reequilibrem as contas públicas e transmitam segurança aos investidores. Enquanto isso, a busca por alternativas que visem a contenção do aumento da moeda americana precisará ser intensificada.