Na última sexta-feira, 27 de dezembro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou um projeto de lei que traz alterações significativas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Publicado em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o novo texto inclui importantes vetos que refletem as preocupações do governo em relação à inclusão social e à segurança jurídica.
Um dos principais vetos diz respeito à exigência de comprovação de deficiência de grau moderado ou grave para a concessão do benefício. Essa decisão era esperada, especialmente após uma mobilização de senadores que argumentaram contra a necessidade dessa comprovação, a fim de evitar atrasos na implementação do projeto. Lula justificou esse veto ao afirmar que a medida “contraria o interesse público” e poderia gerar insegurança jurídica na concessão de benefícios.
Outro veto importante foi direcionado à revogação de um dispositivo da Lei do Programa Bolsa Família, que versava sobre o reingresso de beneficiários ao programa. O presidente novamente expressou que a alteração poderia suscitar insegurança jurídica referentes às regras de elegibilidade para aqueles que desejam reingressar no programa.
O pacote fiscal, que passou pelo Congresso Nacional em 20 de dezembro de 2024, tinha um impacto econômico inicial previsto de R$ 71,9 bilhões em dois anos. Após as modificações realizadas pelos parlamentares, este número foi ajustado para aproximadamente R$ 70 bilhões. Essa alteração representa um esforço do governo não apenas para melhorar a situação fiscal, mas também para assegurar que as alterações nas políticas sociais não prejudicam aqueles que mais precisam.
Essas mudanças geram debates importantes sobre a inclusão social e a eficiência do sistema de proteção social no Brasil. Com desafios anteriores enfrentados pelo BPC, estas novas diretrizes podem representar um avanço significativo na busca pela segurança e bem-estar dos cidadãos mais vulneráveis. Os próximos meses serão cruciais para observar como essas mudanças serão implementadas e quais serão seus efeitos a longo prazo na economia e na vida dos beneficiários.