O Ministro Rui Costa, da Casa Civil, sugeriu recentemente que os consumidores substituam a laranja por frutas mais baratas para ajudar a lidar com o aumento dos preços nos supermercados. Contudo, segundo os dados oficiais do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o impacto da laranja na inflação foi praticamente irrelevante nos últimos meses. Na verdade, a variação do IPCA em dezembro de 2024 foi de 0,52% e, se a laranja fosse retirada da fórmula, essa variação permaneceria quase inalterada.
O IBGE revelou que a laranja representa apenas 0,01 ponto percentual do índice. O peso da fruta na inflação é tão baixo que, mesmo com um aumento de 48% no preço da laranja em 2024, sua contribuição para a alta generalizada foi ínfima.
Isso significa que, embora o preço da laranja tenha disparado, outros produtos têm exercido uma pressão muito maior sobre o orçamento das famílias brasileiras. Por exemplo, as carnes tiveram uma impacto direto de 0,14 ponto percentual no IPCA, mostrando que o problema está mais relacionado aos preços das proteínas do que às frutas.
Rui Costa mencionou, em uma declaração, que a troca de frutas poderia ser uma solução, especialmente uma vez que a alta dos preços internacionais influencia a oferta no Brasil. “O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Não adianta baixar a alíquota porque não tem produto lá fora para colocar aqui dentro”, comentou o ministro. Essa declaração, no entanto, foi alvo de ironia nas redes sociais e se transformou em um meme.
O cenário torna-se ainda mais evidente ao observar o impacto marcante das carnes na inflação. As carnes, em geral, lideram o ranking de influências no IPCA, enquanto categorias como bebidas e infusões, aves e ovos têm uma participação bem menor. Essa percepção é importante, pois o apelo popular por preços acessíveis de carnes e alimentos básicos é um tema muito relevante no atual ambiente socioeconômico do Brasil.
De acordo com o IBGE, foram analisados 159 alimentos diferentes, mas o impacto individual de cada item é muito pequeno, o que dificulta a aplicação de medidas que proponham a redução dos preços de produtos específicos como forma de controlar a inflação.
Com base nos dados mais recentes, as perspectivas são de que o governo Lula deve continuar a lutar para alcançar uma solução que alivie os custos dos alimentos e, de fato, atenda às necessidades dos consumidores brasileiros. As promessas de barateamento especificamente para carnes, incluindo itens populares como picanha e cerveja, são um aspecto importante da agenda do presidente.




