No dia 9 de janeiro de 2025, o Vaticano anunciou novas diretrizes que permitem que homens gays ingressem em seminários para se tornarem padres, desde que se abstenham de envolver-se em relações sexuais. A medida é válida inicialmente apenas na Itália e terá validade de três anos em caráter experimental.
Segundo as normas estabelecidas, a orientação sexual dos candidatos deve ser considerada, mas apenas como uma característica da personalidade. Isto reflete uma mudança nas políticas da Igreja, que até então era mais restritiva. As diretrizes afirmam: “Quando se trata de tendências homossexuais no processo de formação, também é apropriado não reduzir o discernimento apenas a este aspecto, mas compreender seu significado dentro do contexto mais amplo da personalidade do jovem.”
Historicamente, o Vaticano nunca fez uma proibição formal sobre homens gays ingressando no sacerdócio. No entanto, em 2018, o papa Francisco emitiu instruções que desencorajavam a aceitação de jovens com “tendências homossexuais profundamente arraigadas” em seminários. Desde sua ascensão ao papado em 2013, Francisco tem tentado adotar uma postura mais inclusiva.
Em uma ação notável em 2023, o Vaticano também autorizou padres a administrarem bênçãos a casais do mesmo sexo, o que simboliza um avanço significativo nas atitudes da Igreja em relação à comunidade LGBTQIA+. O papa se manifestou favoravelmente em várias ocasiões, defendendo, por exemplo, que pais não condenassem filhos por sua orientação sexual e que todos tivessem os mesmos direitos legais.
- Janeiro de 2022: Francisco pediu que pais não condenassem seus filhos por conta de sua orientação sexual.
- Outubro de 2020: Defendeu que pessoas LGBTQIA+ tivessem os mesmos direitos legais que os casais heterossexuais.
- Janeiro de 2023: Retratou-se sobre uma declaração associando a homossexualidade ao pecado.
Essas novas orientações representam uma tentativa do Vaticano de se adaptar às mudanças sociais, refletindo uma inclusão maior dentro da Igreja. No entanto, a relação da Igreja com questões de sexualidade continua a ser complexa e, frequentemente, controversa.