A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a aprovação da vacina LC16m8 contra a mpox, tornando-se o segundo imunizante a ser adicionado à lista de insumos de uso emergencial após a declaração de emergência global da doença em agosto de 2024. Essa decisão é relevante em um contexto onde a mpox já registrou casos em mais de 80 países, com destaque para a República Democrática do Congo, que concentra a maior parte dos casos suspeitos.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou em suas declarações que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano, especialmente em regiões afetadas por surtos da doença. Ele enfatizou que “este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida que a mpox continua a se espalhar”.
Dados recentes mostram que, somente nos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos reportados na República Democrática do Congo envolveu menores de 12 anos. Em 2024, o total de casos suspeitos ultrapassou 40.000, resultando em cerca de 1.200 mortes.
Os surtos de mpox têm se expandido para países como Burundi e Uganda, levando a OMS a convocar uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário global na próxima sexta-feira, 22 de novembro de 2024. A gravidade da situação foi ressaltada, visto que a doença foi oficialmente declarada uma emergência em saúde pública de importância internacional em agosto deste ano.
No Brasil, foram confirmados 1.578 casos de mpox até o momento, com a maioria das infecções ocorrendo entre indivíduos de 30 a 39 anos. Os dados do Ministério da Saúde revelam que os homens representam 81% dos casos, com 70% relatando terem relações sexuais com outros homens.
A região Sudeste do Brasil é a mais afetada, com 1.269 casos, seguida pelas regiões Nordeste (137), Centro-Oeste (97), Norte (712) e Sul (61). Entre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro estão no topo do ranking, registrando 866 e 320 casos, respectivamente.
Com o aumento dos casos e a aprovação da vacina, as esperanças para controlar a mpox aumentam, mas é crucial manter a vigilância e a preparação adequadas para evitar maiores surtos e proteger as populações mais vulneráveis.