Nos últimos meses, crescem os rumores sobre uma nova estratégia dos rebeldes sírios para derrubar o regime de Bashar al-Assad, uma informação que foi compartilhada com o governo turco há seis meses. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sempre foi um firme defensor da oposição síria desde o início da guerra civil em 2011. Essa mudança na dinâmica do conflito pode ter consequências significativas na região do Oriente Médio.
A Turquia, que mantém tropas no noroeste da Síria e oferece apoio a grupos como o Exército Nacional Sírio (ENS), está diante de um dilema. De um lado, Erdogan tem se posicionado como uma voz de apoio aos rebeldes, mas por outro lado, uma ofensiva direta pode acarretar um novo fluxo de refugiados cruzando a fronteira, algo que o governo turco deseja evitar a todo custo.
Um dos pontos mais controversos da situação é o envolvimento do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que os turcos classificam como uma organização terrorista, devido aos laços de seu líder, Ahmed al-Sharaa, com a Al-Qaeda. A preocupação com essa relação é enorme, especialmente considerando a história de operações terroristas dessa rede.
O cenário se complica ainda mais com a recente declaração de Hakan Fidan, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, que indicou que os esforços de Erdogan para se aproximar de Assad falharam, afirmando que “sabíamos que algo estava por vir”. Isso sugere que a Turquia, mesmo diante de um cenário político complexo, pode estar se preparando para algum tipo de resposta se os rebeldes tomarem ações mais ousadas.
Enquanto isso, as tensões entre os rebeldes e as forças do governo sírio continuam a escalar. Alguns líderes rebeldes já afirmaram que a solução ideal seria a tomada armada do poder, evitando qualquer tipo de intervenção externa. Essa narrativa reflete uma mudança na estratégia percebida ao longo do último ano, onde houve divergências sobre o futuro político do país em meio a um conflito que já dura mais de uma década.