Recentemente, as companhias aéreas Azul e Gol anunciaram que estão em negociações para uma potencial fusão que poderia criar uma gigante do setor aéreo no Brasil. Este acordo ainda está em fase inicial, mas pode impactar significativamente o mercado de aviação nacional.
A Azul e a Abra, principal credora da Gol, assinaram um memorando de entendimento no dia 15 de janeiro de 2025, com o intuito de explorar a viabilidade dessa fusão. Contudo, a concretização do negócio depende do sucesso da Gol em finalizar seu processo de recuperação judicial, conhecido como Chapter 11, que está sendo realizado nos Estados Unidos.
O plano de reestruturação da Gol foi protocolado em 29 de novembro de 2024 e visa converter uma parte considerável de suas dívidas em capital, o que é essencial para a saúde financeira da empresa. Com o objetivo de levantar US$ 1,85 bilhão (aproximadamente R$ 11,2 bilhões), a companhia poderá incrementar sua liquidez e fortalecer suas operações. Parte desse montante pode vir da conversão de alguns de seus papéis em ações da holding Abra, caso a fusão se concretize.
Se a fusão for bem-sucedida, ambas as companhias pretendem manter suas marcas e operações de forma independente. Isso significa que os clientes da Azul e da Gol ainda poderão usufruir dos serviços característicos de cada empresa, mesmo dentro de um conglomerado maior. Além disso, a Gol está regularizando suas dívidas com o governo brasileiro, tendo assinado um acordo para quitar débitos fiscais de R$ 5,5 bilhões, o que é um passo importante para a viabilidade da fusão.
Uma audiência crucial para discutir a reestruturação está marcada para ocorrer em Nova York em 15 de janeiro de 2025, e uma segunda audiência para confirmar o plano deverá ocorrer no dia 7 de março. O desfecho desse processo será observado de perto, já que o Chapter 11 é um mecanismo fundamental que permite que empresas se reestruturem financeiramente enquanto continuam operando, algo que já beneficiou diversas companhias aéreas ao redor do mundo.
O Chapter 11 é uma parte da legislação de falências dos Estados Unidos que permite que empresas reestruturem suas dívidas sem precisar encerrar suas operações. Isso é especialmente valioso para companhias aéreas, que frequentemente enfrentam desafios financeiros. O processo não só possibilita a renegociação de dívidas, mas também proporciona uma oportunidade para operar sob supervisão judicial, garantindo que a empresa possa se reorganizar e voltar a ser lucrativa.
A fusão entre a Azul e a Gol, se confirmada, pode tornar a aviação brasileira ainda mais competitiva e robusta em um cenário global. A manutenção de duas marcas independentes permitirá que ambos os segmentos de clientes sejam atendidos, aproveitando as forças específicas de cada operadora. O futuro do setor aéreo no Brasil é promissor, e esta fusão poderá ser um catalisador para um novo capítulo na história da aviação no país.