A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) autorizou a operação da usina nuclear Angra 1, localizada no Rio de Janeiro, por mais 20 anos. Esta decisão, anunciada em 21 de novembro de 2024, foi motivada pela necessidade de renovar a licença da usina, que opera desde 1985 e cuja autorização anterior expira em dezembro de 2024. A renovação, que começou a ser discutida em 2019, contou com o apoio do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O apoio à energia nuclear tem ganhado força nas declarações de Silveira. Segundo o ministro, o Brasil possui vastas reservas de urânio que ainda não foram exploradas, e a energia nuclear é uma alternativa viável para complementar as fontes renováveis intermitentes. Ele afirma que: “A energia nuclear é essencial para garantir uma matriz energética limpa, segura e sustentável. O Brasil possui um dos maiores potenciais do mundo em recursos de urânio e precisa explorar essa riqueza de maneira estratégica”.
A instalação de Angra 1 não é a única preocupação do governo; a conclusão das obras da Angra 3 também está em pauta. Silveira planeja apresentar um projeto ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para reavivar a construção dessa usina, interrompida há anos. Estima-se que o custo para abandonar as obras de Angra 3 possa ultrapassar R$ 21 bilhões, enquanto a conclusão requer um investimento de R$ 23 bilhões.
Essas decisões são críticas em um cenário onde o Brasil busca diversificar sua matriz energética, especialmente diante do aumento das energias renováveis. O governo está ciente da importância de manter uma base de produção de energia confiável para atender à crescente demanda energética do país.
Embora haja preocupações quanto aos custos envolvidos, a intenção de concluir Angra 3 reflete uma estratégia mais ampla para assegurar que o Brasil consiga fornecer uma energia mais firme, essencial para garantir a estabilidade do sistema elétrico. Em meio ao debate sobre o futuro energético, a energia nuclear poderá desempenhar um papel crucial na construção de uma matriz energética mais resiliente e sustentável.