O dólar fechou a última sexta-feira, 29 de novembro de 2024, cotado a R$ 6,00, alcançando o maior patamar de fechamento já registrado na história. Essa alta significativa se dá em meio a reações do mercado financeiro ao pacote fiscal apresentado pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diversos agentes financeiros levantam dúvidas sobre a viabilidade da meta de economizar R$ 70 bilhões em dois anos, argumentando que o governo superestimou as projeções.
No dia anterior, a moeda norte-americana já havia encerrado o dia próximo aos R$ 6, fechando a R$ 5,99. Um dos pontos mais polêmicos do novo pacote fiscal é a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5.000, algo que pode impactar negativamente a arrecadação de impostos no país. Esta medida, anunciada pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverá entrar em vigor a partir de 2026, mas levanta muitas questões sobre sua execução e eficácia.
O ministro Haddad também declarou a introdução de um novo teto para a aplicação de reajustes ao salário mínimo, fixando o aumento em 2,5% acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) dos últimos 12 meses. Essa proposta recebeu apoio considerável, já que se distancia de métodos anteriores que consideravam a variação do PIB dos dois anos passados. Porém, as dúvidas persistem quanto ao impacto global do pacote fiscal na economia, especialmente em um contexto onde o governo almeja alcançar um déficit zero até 2025.
Entretanto, as ações que visam aumentar a arrecadação são vistas como insuficientes, com muito foco em medidas de contenção de despesas que não tocam a estrutura pay as you go de gastos obrigatórios. A última tentativa significativa de conter gastos se deu em agosto, quando o governo anunciou um pente-fino em benefícios sociais, que, segundo especialistas, não endereçou de fato a questão estrutural das finanças públicas.
O foco central desse novo pacote é gerar um equilíbrio nas contas públicas, mas as expectativas em torno da sua implementabilidade continuam baixas. Em um cenário de incertezas, cada declaração do governo é monitorada de perto, e a alta do dólar, impulsionada por essas novas medidas, já se tornou um tópico de debate acalorado nas redes sociais.
Para entender melhor as medidas propostas por Haddad e suas profundas implicações na economia, é essencial acompanhar a evolução deste cenário e refletir sobre as reais possibilidades de um ajuste econômico eficaz.