A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) anunciou a rescisão dos contratos que garantiam descontos para grandes consumidores, uma mudança significativa após sua privatização em julho de 2024. Essa decisão impacta diretamente hospitais, shoppings e museus, que poderiam experimentar um aumento de até 200% nas contas de água. Muitas empresas estão considerando ações judiciais para contestar essa medida.
Durante uma entrevista, o CEO da Sabesp, Carlos Piani, explicou que a rescisão foi uma ação necessária para a execução do novo contrato de concessão. Segundo ele, o que antes era uma política pública, agora deve ser administrado pelo Estado, visto que a empresa não é mais controlada pelo governo.
A política de descontos que estava em vigor resultava em uma renúncia de até R$ 800 milhões. O novo contrato de concessão estabelece um teto de R$ 300 milhões para potenciais descontos, impondo critérios rígidos para a inclusão de qualquer empresa nessa categoria. Isto significa que somente contratos assinados até o final de 2022 poderão se beneficiar dessas reduções, o que levanta questionamentos sobre o futuro das tarifas para contratos futuros.
Com as tarifas de água sendo ajustadas para a tarifa padrão correspondente ao consumo, muitas instituições notificadas expressaram preocupação com a falta de transparência e a forma como a notificação foi conduzida. Carlos Piani enfatizou que essa mudança é crucial para restabelecer a eficiência financeira da Sabesp, algo que muitos acreditam ser vital para o sucesso e a sustentabilidade da companhia em um ambiente privatizado.
A expectativa é que, até julho de 2025, a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) aprove uma nova política de descontos que possa trazer flexibilização às tarifas. Entretanto, com a atual estrutura e as novas medidas implementadas, muitos se questionam se esse alívio será suficiente para atender às necessidades dos grandes consumidores, especialmente em um contexto onde a água é um recurso cada vez mais valioso.
O debate sobre a privatização da Sabesp e suas consequências ainda está longe de um consenso. Enquanto a empresa busca maneiras de manter sua viabilidade econômica, as repercussões para os usuários permanecerão uma preocupação central nos próximos meses.