O serviço de mototáxi oferecido pela 99 em São Paulo está gerando uma intensa disputa judicial com a Prefeitura de São Paulo. Na última quarta-feira, 15, agentes do Departamento de Transportes Públicos apreenderam três motocicletas que estavam realizando o transporte de passageiros pelo aplicativo da 99. De acordo com a empresa, no primeiro dia de operação da modalidade, mais de 10 mil viagens foram realizadas.
Apesar de estar em funcionamento, o 99Moto é considerado ilegal pela administração municipal, que emitiu um decreto proibindo a atividade desde 2023. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) classifica o transporte como clandestino e intensifica a fiscalização para coibir as operações irregulares. A 99, por sua vez, contesta essa proibição afirmando que suas operações são respaldadas pela legislação federal.
A empresa alegou em nota que, diante das apreensões, irá apoiar seus motociclistas parceiros e passageiros com os custos das multas e apreensões. Esta quinta-feira também trouxe novas complexidades à situação: a Justiça, em decisão do juiz Josué Vilela Pimentel, negou um pedido de liminar da 99 para continuar suas operações, reconhecendo o direito do município de barrar o serviço.
Conforme discutido em uma recente entrevista à Rádio Eldorado, o arquiteto e urbanista Diogo Lemos destacou que o surgimento do mototáxi pode ser uma resposta aos problemas de mobilidade que afetam as periferias da cidade. Ele enfatizou que, com o aumento das tarifas de ônibus, muitos usuários estão recorrendo a serviços mais baratos e rápidos, como o da 99. Porém, Lemos observa que, apesar de ser uma opção mais econômica, ainda há uma necessidade premente de investimentos em capacitação dos motoristas para garantir a segurança dos passageiros.
A guerra judicial entre a 99 e a Prefeitura de São Paulo levanta questões mais amplas sobre o futuro dos serviços de transporte na capital paulista. Com a definição da legalidade ou não do serviço de mototáxi, estabelece-se um debate sobre como regular serviços de mobilidade que surgem no vácuo de falhas da infraestrutura urbana. Agora, é necessário observar como a situação se desenrolará e quais serão os próximos passos das partes envolvidas nesta disputa judicial.