A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), também conhecida como bancada ruralista, formalizou apoio ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados em 2025. A decisão, anunciada em um almoço na sede da FPA, pode ter repercussões significativas nas políticas agrícolas e nas relações com o governo.
O bloco ruralista apresentou uma lista de projetos prioritários ao deputado, incluindo propostas anti-MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o controverso marco temporal de terras indígenas. Motta declarou estar comprometido com a agenda da FPA, o que pode gerar tensões com a base governista que também apoia sua candidatura.
- Entre as propostas destacam-se:
- PL que proíbe invasões de terras de participar de programas de auxílio, como o Minha Casa, Minha Vida.
- Discussões sobre o retorno do texto para a Câmara, dependendo de possíveis alterações.
A FPA conta com 340 congressistas, distribuídos em 290 deputados e 50 senadores. Apesar de Motta ter o apoio de 17 partidos, a eleição depende de um voto secreto e individual, sendo necessário o apoio de 257 votos para garantir sua eleição.
Atualmente, apenas os partidos Avante, Novo e Psol não declararam apoio a Motta. O Psol, em particular, lançou o deputado Pastor Henrique Vieira como seu candidato na disputa, o que indica um cenário de fragmentação entre os partidos em torno da liderança da Câmara.
Hugo Motta é um político com 35 anos, e esta será sua 4ª candidatura à presidência. Ele iniciou sua carreira política aos 21 anos e já foi envolvido em votações importantes, como o impeachment de Dilma Rousseff e a Reforma Trabalhista. O histórico político de Motta pode influenciar o apoio que ele receberá e a dinâmica futura na Câmara.
Com uma agenda fortemente alinhada com interesses ruralistas, a presidência de Motta pode acelerar a aprovação de legislação que favorece o setor agropecuário, em detrimento de questões ambientais e sociais. Isso pode trazer novos desafios e debates acalorados entre os membros da Câmara.
A candidatura de Hugo Motta está longe de ser garantida. O engajamento das diferentes bancadas e a capacidade de Motta de conciliar os interesses em um ambiente tão dividido serão cruciais para seu sucesso nas eleições de 2025. Resta saber como sua agenda impactará as políticas públicas e a relação entre o agronegócio e o governo federal.