A Polícia Civil do Estado de São Paulo efetivou a prisão de um dos suspeitos relacionados ao trágico ataque que resultou na morte de três homens e ferimentos em outras seis pessoas em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, ocorrido na noite da última sexta-feira, 10 de janeiro de 2025.
As vítimas identificadas como Valdir Nascimento, de 52 anos, Denis Carvalho, de 29, e Gleison Barbosa, de 28 anos, estavam presentes no local durante o ataque. Valdir, que era conhecido como Valdirzão, era um dos líderes proeminentes do assentamento conhecido como Olga Benário.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais de Taubaté, indica que o motivo do ataque pode estar ligado a um desentendimento a respeito da negociação de um terreno na área do assentamento. O homem preso, identificado apenas como Nero do Piseiro, é considerado o mentor intelectual do crime e possui um histórico criminal envolvendo porte ilegal de arma de fogo.
Testemunhas o identificaram, confirmando sua presença no local em veículos diversos. Além dele, um outro suspeito foi detido em flagrante por porte ilegal de arma. As autoridades registraram o incidente como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
O incidente provocou uma rápida reação do Governo Federal. O Ministério da Justiça e Segurança Pública ordenou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar o ataque, com uma equipe já enviada ao local para coleta de evidências e testemunhos. O ministro substituto, Manoel Carlos de Almeida Neto, destacou a importância de uma apuração rigorosa dos fatos.
A repercussão do ataque levou também o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania a anunciar a disponibilização de assistência e proteção às lideranças e moradores do assentamento afetado. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) expressou sua solidariedade às vítimas e seus familiares.
A situação reflete a crescente tensão nas relações entre o MST e o governo, que já enfrenta críticas por sua lentidão em promover a reforma agrária. À medida que as vozes de descontentamento aumentam dentro e fora do movimento, ações mais eficazes são exigidas por parte das autoridades.
Enquanto a investigação avança, especialistas alertam para a necessidade de medidas urgentes que garantam a segurança dos assentamentos e a proteção das lideranças envolvidas nas lutas por reforma agrária. O desafio da manutenção da paz social continua sendo um tema crucial no cenário político atual do Brasil.