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  • Advogado de Bolsonaro Alega que Ex-Presidente Não Deveria Denunciar Golpe de Estado

    Advogado de Bolsonaro Alega que Ex-Presidente Não Deveria Denunciar Golpe de Estado

    O advogado de Jair Bolsonaro, Paulo Amador Bueno, afirmou em entrevista que o ex-presidente não tinha a “obrigação” de denunciar uma tentativa de golpe que teria ocorrido no final de 2022. Segundo ele, Bolsonaro sempre se manteve afastado de propostas que visavam uma ruptura institucional e apenas reagiu judicialmente à pressão exercida por seus apoiadores. “Jamais cogitou dar golpe de Estado”, declarou Bueno.

    Após as eleições de 2022, Bolsonaro teria tomado medidas judiciais visando questionar a legitimidade das urnas eletrônicas, em uma atitude que demonstrava preocupação com a integridade do processo eleitoral. Bueno explicou que essas medidas foram resultado da intensa pressão que o ex-presidente enfrentou de sua base de apoio, que clamava por ações mais drásticas.

    Ainda na sua defesa, Bueno enfatizou a ausência de provas concretas sobre o envolvimento de Bolsonaro no planejamento de um golpe. Ele diz que a presença de outras pessoas com ofertas de propostas ao ex-presidente não significa que ele tivesse interesse em aderir a elas. “Ele não seria beneficiado disso”, garantiu, referindo-se à falta do nome de Bolsonaro nos documentos que detalham o plano.

    O advogado também destacou que, caso o plano houvesse ocorrido, o verdadeiro beneficiário não seria Bolsonaro, mas sim uma junta que assumiria o poder. Os documentos mencionam que a operação golpista, intitulada Punhal Verde e Amarelo, possuía outros líderes em sua estruturação, deixando Bolsonaro de fora. “Quem iria assumir o governo, se o plano desse certo, era aquele grupo”, afirmou.

    Um ponto intrigante da declaração de Bueno envolve questões sobre a lealdade dos militares. Ao ser perguntado se Bolsonaro poderia ser traído por membros das Forças Armadas, o advogado concordou que essa possibilidade existiria, levantando mais perguntas sobre a dinâmica de poder dentro das instituições durante esse período conturbado.

    Um inquérito da Polícia Federal investiga a suposta tentativa de golpe e as ramificações desse plano. As alegações incluem uma trama complexa que abrangia a tentativa de assassinato de figuras políticas, como Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre de Moraes. O relatório da PF descreve a interação entre diferentes grupos e o uso de criminalidade organizada para provocar uma ruptura da ordem democrática.

    A investigação concluiu que múltiplos núcleos se organizaram para gerar uma narrativa de fraude eleitoral, buscando a legitimação de uma intervenção militar. Entre os métodos utilizados estavam ataques às instituições democráticas e a disseminação de desinformação. As práticas revelam uma intenção deliberada de minar a confiança pública nas eleições e nas instituições que compõem o sistema democrático.

    Com a continuidade deste inquérito, permanece a expectativa sobre quais serão os próximos passos legais e políticos que o ex-presidente enfrentará. As manifestações sobre possíveis denúncias devem ocorrer apenas em 2025, após o recesso do Judiciário, e a situação política do Brasil permanece instável.