Recentemente, a Polícia Federal (PF) anunciou que Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria forjado sua saída do Brasil no final de 2022. A alegação é que Martins buscou dificultar sua localização e a aplicação da lei penal após não conseguir comprovar a viagem planejada para os Estados Unidos.
O relatório da PF sugere que Martins, assim como outros investigados relacionados a uma suposta tentativa de golpe de Estado, utilizou estratégias enganosas para evitar a detecção das autoridades. A corporação encontrou seu nome em uma lista de passageiros de um voo para Orlando, porém, até o momento, não houve confirmação de sua real saída do país. O ex-assessor foi preso em Ponta Grossa, Paraná, onde sua localização era considerada “incerta” pela PF, apesar de seus registros em redes sociais e depoimentos contrários à acusação.
Destaca-se que a PF não verificou adequadamente a lista de passageiros encontrada em um computador pertencente a Mauro Cid, afirmando que se tratava de um arquivo editável e não de um documento oficial. Além disso, a administração do aeroporto não conseguiu fornecer imagens do embarque que poderiam ajudar a esclarecer a situação devido à exclusão de gravações após um período de 30 dias.
Após sua prisão, Martins prestou depoimento onde confirmou que não havia saído do Brasil, e documentos da linha aérea Latam posteriormente corroboraram sua versão, confirmando que ele embarcou para Curitiba no dia 31 de dezembro de 2022. Essa informação foi essencial para o pedido de libertação feito ao STF, que culminou com a soltura de Martins em agosto de 2024.
A nova evidência sugere ainda que um erro nos registros do Department of Homeland Security dos EUA referente à entrada de Martins foi retificado, indicando que o último registro válido do seu passaporte remonta a agosto de 2019. Isso coloca em dúvida a possibilidade de Martins ter utilizado o mesmo documento para entrar nos EUA no final de 2022, levando a questionamentos sobre a veracidade das informações apresentadas pela PF.
Com a continuidade das investigações, Martins se encontra em uma situação delicada, e declarações de figuras políticas como Eduardo Bolsonaro sugerem que ele possa buscar apoio diante da complexidade do caso, especialmente com as mudanças no cenário político americano.