Na perspectiva econômica brasileira, o JPMorgan anunciou um aumento projetado de 1 ponto percentual na taxa Selic durante a próxima reunião do Copom nos dias 10 e 11 de dezembro de 2024. A expectativa é que a taxa atinja 14,25% em março, reflexo do tensionamento entre políticas fiscal e monetária.
A mudança na projeção é uma resposta direta ao pacote fiscal recentemente anunciado pelo governo, o que levanta preocupações sobre a capacidade de conciliar saúde fiscal com a manutenção de taxas de juros acessíveis para o mercado. Este novo cenário sugere uma estratégia mais agressiva que pode impactar a economia de diferentes maneiras.
Os economistas do JPMorgan avaliaram que o corte de R$ 30,6 bilhões proposto inicialmente pode resultar em uma economia real de apenas R$ 15 bilhões. A análise indicou que, até o início de novembro, as altas de 0,5 ponto percentual por reunião ainda eram planejadas, mas o ambiente atual leva a crer que o Banco Central pode ter que aumentar as taxas mais rapidamente do que o anteriormente estimado.
“Esperávamos que a política fiscal implementasse medidas para evitar uma espiral negativa de expectativas, mantendo o {{arcabouço fiscal}} sob controle e garantindo a confiança dos mercados”, comentam os economistas. No entanto, com os novos anúncios fiscais, essa suposição se mostrou otimista, e agora aguardam um ciclo de elevações em um ritmo mais rápido do que o previsto.
A análise crítica do pacote fiscal também aborda o impacto no câmbio e nas expectativas de inflação, reforçando que os riscos econômicos podem exigir um ajuste mais forte nas taxas de juros. A reforma do imposto de renda, que propõe a diminuição dos impostos para renda média e aumento para renda alta, é um ponto de preocupação, pois pode prejudicar as receitas do governo, elevando o déficit previsto em 2026.
- Aumento esperado da Selic para 14,25% em março.
- Projeções da economia geradas por pacotes fiscais podem ser exageradas.
- Possível deterioração na credibilidade da política econômica.
- Riscos de inflação e câmbio mais fraco podem afetar a decisão do Copom.
Com tudo isso, a equipe econômica da JPMorgan acredita que uma abordagem monetária gradual poderia piorar as expectativas inflacionárias. A certeza sobre as políticas fiscais e monetárias no Brasil permanece volátil, colocando o foco novamente na necessidade de rigor e clareza das ações do governo.