O presidente da China, Xi Jinping, está enfrentando um cenário econômico desafiador enquanto busca um crescimento do PIB de 5% para 2025. A recente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pode intensificar a tensão entre as duas potências, resultando em novas taxações comerciais que podem desacelerar ainda mais a economia chinesa.
As exportações do país, tradicionalmente um pilar do crescimento econômico chinês, estão sob ameaça. Em 2023, os Estados Unidos importaram US$ 426 bilhões em bens da China, e as novas barreiras tarifárias propostas podem reduzir esse faturamento. O cenário atual contrasta fortemente com décadas anteriores, quando a globalização permitiu uma integração mais profunda das cadeias de suprimento.
Na União Europeia, países como a Alemanha estão questionando a competitividade dos produtos chineses, com setores como a indústria automotiva enfrentando dificuldades significativas. Os carros chineses, oferecidos a preços mais baixos, têm conquistado o mercado europeu, enquanto as vendas de veículos nacionais caem continuamente.
Para mitigar os efeitos dessas tensões comerciais, Xi Jinping anunciou um pacote abrangente de medidas econômicas, incluindo o aumento do débito fiscal e uma política monetária mais flexível que pode levar à desvalorização do yuan. Isso visa não apenas manter o crescimento do PIB, mas também impulsionar o consumo e expandir a demanda interna, de acordo com as afirmações de Xi.
No entanto, essa abordagem pode resultar em aumento de preços e desafios nas importações, agravando a vulnerabilidade da economia a choques externos. O panorama é ainda mais complicado pelo esfriamento do setor imobiliário, que por anos foi um motor de crescimento para a economia chinesa. De acordo com especialistas, essa crise pode durar anos e afetar negativamente a capacidade do país de atingir suas metas de crescimento.
A crise no setor imobiliário, acentuada pela pandemia de COVID-19, resultou na falência de grandes construtoras como a Evergrande. A falta de demanda por imóveis, impulsionada pela incerteza econômica, e as pressões demográficas estão moldando um futuro incerto para o mercado imobiliário. O FMI classifica a situação atual como uma crise que se arrasta há três anos, com perspectivas de recuperação bastante limitadas.
Embora o governo chinês considere medidas para resgatar empresas afetadas, como aumentos em gastos com moradia acessível e requalificação urbana, isso pode não ser suficiente para reverter o excesso de estoques de imóveis.
Em conclusão, a combinação de taxações externas, desafios internos e medidas políticas pode tornar o caminho para o crescimento econômico da China ainda mais tortuoso. As estratégias adotadas nos próximos anos determinarão não apenas a saúde da economia chinesa, mas também o impacto sobre a economia global.