O cenário fiscal brasileiro pode enfrentar uma crise significativa em 2025, conforme as expectativas de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) que podem resultar em perdas bilionárias para a União. Estima-se que o impacto orçamentário possa chegar a R$ 660,1 bilhões, conforme relatado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano.
A pressa em tomar uma decisão favorável aos pagadores de impostos é crescente, especialmente com a expectativa do retorno das atividades do STF em fevereiro de 2025. Especialistas em direito tributário afirmam que certas pautas podem favorecer contribuintes e prejudicar o governo federal.
As principais áreas de preocupação incluem as chamadas “teses filhotes” que derivam da já famosa “tese do século”, que tratou da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Estas novas teses, que argumentam pela exclusão do PIS/Cofins da sua própria base de cálculo e do ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), podem resultar em perdas adicionais de R$ 101,1 bilhões.
Os advogados tributaristas esperam que, com a recente composição do STF e um placar favorável de 4 a 2 que já se formou, essas decisões se tornem realidade. Segundo a advogada Thaís Noveletto, os fundamentos jurídicos para estas ações judiciais são sólidos e têm gerado um “olhar otimista” entre os profissionais do setor.
Além disso, o advogado tributarista Carlos Gouveia acredita que, apesar de uma possível maré favorável à União em certos temas tributários, essa expectativa de resultado positivo para os contribuintes pode representar uma pacificação muito aguardada no Judiciário. Contudo, os riscos permanecem, já que o impacto financeiro para o governo não será sentido até que as decisões se tornem definitivas, em um processo que pode se estender até 2025.
- Ações pendentes no STF incluem:
- IRPJ e CSLL sobre lucros de controladoras no exterior (de 7 a 14.fev)
- Bitributação (Vale e controladas no exterior) (de 7 a 14.fev)
- Funrural (de 14 a 21.fev)
Por fim, vale destacar que o atual debate sobre uma reforma tributária também traz desafios adicionais. Esta reforma, que promete unificar tributos como PIS e Cofins, poderá limitar a compensação tributária usada por muitos contribuintes, o que significa que, mesmo que alguns processos resultem em decisões favoráveis, as novas alíquotas poderão complicar a situação.
Com toda essa incerteza no horizonte, a situación dos tributos no Brasil continua sendo um ponto crucial para todos os envolvidos, desde contribuíntes até profissionais do direito.