José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tserere Xavante, foi detido na última noite de domingo (22 de dezembro de 2024) em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, próximo à fronteira com a Argentina. O cacique, que é um declarado apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso após violar medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão ocorreu no momento em que Tserere tentava buscar asilo político em território argentino, algo que ele já havia manifestado interesse desde junho deste ano. De acordo com as autoridades, sua prisão aconteceu após uma audiência de custódia que resultou na manutenção de sua detenção. O cacique tinha recebido liberdade condicional após cumprir nove meses de reclusão, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
Além de cacique, Tserere Xavante também se designa como pastor evangélico. Nos últimos meses, ele desferiu ataques públicos ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e colocou em dúvida a legitimidade dos resultados das eleições que concordaram com a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Tais posicionamentos resultaram em sua prisão anterior, em dezembro de 2022, que gerou uma onda de protestos em Brasília, onde manifestantes atacaram a sede da Polícia Federal.
O tumulto causado por sua detenção em 2022 ecoou até os dias de hoje, refletindo a polarização política no Brasil. Após ter recebido a liberdade em setembro de 2023, suas palavras e ações ainda continuam a ressoar entre seus apoiadores e críticos, demonstrando como a sua figura é central nos debates sobre política e justiça no país.
Em uma tentativa de se redimir publicamente, em janeiro de 2023, Tserere fez um pedido de desculpas ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por declarações que foram consideradas como “exageradas” em críticas ao sistema eleitoral brasileiro. Essa questão, no entanto, não suavizou os desafios que ele enfrenta e que culminaram na detenção recente.
Com sua prisão, Tserere Xavante se junta à lista de políticos e figuras públicas que continuam a contestar as decisões do STF e a legitimar a discussão sobre a situação política no Brasil. O ocorrido suscitou novamente o debate sobre a liberdade de expressão e os limites da crítica em um estado democrático.