O Irã anunciou sua intenção de expandir significativamente o enriquecimento de urânio, com planos de instalação de novas centrífugas nas instalações nucleares de Fordow e Natanz. Essa decisão surge após a Junta de Governadores da AIEA aprovar uma resolução crítica ao programa nuclear iraniano, destacando a crescente pressão internacional sobre Teerã.
Atualmente, o Irã opera mais de 10 mil centrífugas em suas instalações. O plano inclui a adição de 32 cascatas de centrífugas e uma cascata de 1.152 máquinas IR-6, com potencial para aumentar ainda mais sua capacidade de enriquecimento. Embora o comunicado do governo iraniano não mencione explicitamente o enriquecimento de urânio até 60% de pureza, indica uma disposição para dialogar com as potências ocidentais, como Reino Unido, França e Alemanha durante negociações em Genebra.
Apesar da proposta do Irã de limitar seu estoque de urânio enriquecido a 60%, a resolução aprovada pela AIEA intensifica o pedido de cooperação. Historicamente, a AIEA havia notado uma desaceleração nas atividades de enriquecimento iranianas, o que foi considerado um avanço. No entanto, a hiperatividade recente do país em relação ao enriquecimento suscita preocupações novamente.
Dados recentes revelam um aumento de 27% no ritmo de enriquecimento de urânio no Irã, levando o estoque de material enriquecido a impressivos 4.745 kg, dos quais mais de 20% estão acima dos limites estabelecidos pelo Acordo Nuclear de 2015. A AIEA estima que o Irã possua ao menos 128 kg de urânio enriquecido a 60%, quantidade suficiente para potencialmente produzir até três bombas atômicas.
A expectativa de uma intensificação no diálogo entre as partes e a AIEA se torna urgente, uma vez que a soberania e a segurança internacional estão em jogo. O Iraniano saiu de um período de negociações mais tranquilas para um aumento de suas atividades nucleares, o que poderá intensificar a discussão sobre controle de armas na região e globalmente.