O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem enfrentado uma intensa disputa política após ignorar o desafio feito pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) para que provasse que o PL (Partido Liberal) financiou e produziu um polêmico vídeo sobre as mudanças na fiscalização do Pix.
Na última sexta-feira (17.jan), durante uma entrevista à CNN, Haddad sugeriu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu marqueteiro, Duda Lima, tiveram uma participação crucial na elaboração do vídeo, que se tornou viral e acumulou mais de 318 milhões de visualizações no Instagram de Ferreira. “Eu tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas”, afirmou o ministro.
Em resposta, Nikolas se mostrou desafiador e afirmou que pagaria R$ 1 milhão a Haddad caso ele conseguisse provar suas alegações. Em uma provocação, ele ainda afirmou: “Mas se não, ele faz para mim. No Pix, é claro. Topa, Haddad?”. Essa troca acirrada de farpas ocorre em um clima de crescente polarização política no Brasil, onde as alegações de fake news e desinformação estão cada vez mais presentes no debate público.
Mais adiante, Haddad menciona que Bolsonaro e seus filhos têm um “problema” com a Receita Federal, referindo-se a investigações envolvendo joias sauditas e as chamadas “rachadinhas”. Em suas declarações, o ministro tenta destacar uma suposta conexão entre os problemas fiscais do ex-presidente e a fabricação de narrativas que favorecem a sua base política.
No entanto, o clima político brasileiro se torna mais complicado à medida que as discussões sobre o sistema de pagamentos Pix ganham novos contornos. O governo decidiu recentemente reverter uma instrução normativa que intensificava a fiscalização sobre transferências do Pix, uma medida que gerou forte oposição, com Nikolas Ferreira liderando o movimento anti-fiscalização nas redes sociais. O deputado criticou a ideia de tratar trabalhadores informais como “grandes sonegadores”, questionando o foco do governo em cima das pequenas transações e afirmando que aqueles que ganham R$ 5.000 e não declaram estão sendo injustamente acusados de sonegação.
Essa situação ilustra não apenas as divisões políticas, mas também a luta constante entre diferentes narrativas que emergem no cenário político brasileiro, onde fake news e manipulação de informações se tornaram táticas comuns. O que será que o futuro reserva para esse embate entre Haddad e Nikolas Ferreira?