O recente relatório do Morgan Stanley apontou que a desvalorização do real brasileiro tem impactado negativamente os resultados financeiros das empresas brasileiras, especialmente quando medidos em dólar. Em um contexto onde a moeda nacional se comportou moderadamente, os números em dólar se apresentaram decepcionantes.
De acordo com o estudo, as empresas do país enfrentaram uma queda de 2% nas receitas, um recuo de 5% no EBITDA, e mesmo assim, uma surpreendente alta de 17% no lucro por ação (LPA). Esses dados contrastam com os resultados em moeda local, que mostraram um crescimento de 11% nas receitas, 8% no EBITDA e um impressionante aumento de 33% no LPA.
Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil, visto que outras nações da América Latina também lutaram contra a desvalorização de suas moedas em relação ao dólar. O relatório indica que as empresas latino-americanas em geral apresentaram um desempenho similar, com uma queda de 1% nas receitas e no EBITDA, embora o LPA tenha subido 20%, excluindo casos específicos como o da YPF argentina.
A perspectiva para 2025 ainda é preocupante, conforme os analistas preveem a manutenção de altas taxas de juros, o que poderá aumentar a pressão sobre os resultados das empresas brasileiras. Em função disso, o Morgan Stanley adotou uma posição de underweight (venda) sobre as ações brasileiras, preferindo focar em setores que apresentam performance econômica mais robusta, como energia, financeiro, agricultura e digitalização.
Ações Recomendadas pelo Morgan Stanley:
- Petrobras
- Prio
- JBS
- Rumo
- Adecoagro
- Nubank
- Mercado Livre
- Totvs
Um ponto marcante do relatório é que os investidores não recompensaram as empresas que superaram as expectativas de mercado, penalizando severamente aquelas que não alcançaram as projeções. As ações que superaram a previsão em 5% apresentaram desempenho equivalente ao índice MSCI Brazil por apenas três dias, enquanto aquelas com desempenho inferior às previsões sofreram uma queda de 280 pontos-base em relação ao índice.