A Polícia Federal (PF) do Brasil revelou em um relatório recente que militares brasileiros utilizaram sites da Argentina e de Portugal para contestar as urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. Essa manobra aparentemente fez parte de uma tentativa de golpe de Estado e visava deslegitimar o sistema eleitoral brasileiro, burlando as restrições de disseminação de informações falsas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O documento destaca a colaboração do argentino Fernando Cerimedo, que ganhou notoriedade ao trabalhar na campanha presidencial de Javier Milei, em 2023. Cerimedo promoveu uma transmissão ao vivo intitulada “Brazil was stolen”, na qual argumentava que havia manipulação na contagem dos votos das urnas eletrônicas.
Entre os militares envolvidos, o tenente-coronel Marques de Almeida se destacou por divulgar as alegações de Cerimedo. Ele publicou suas conclusões sobre as diferenças nas máquinas de votação de modelos mais antigos e mais novos em um site argentino. Segundo a investigação, essas ações indicam uma possível coordenação na propagação de desinformação sobre o processo eleitoral brasileiro.
Em uma mensagem compartilhada no WhatsApp, Marques de Almeida enfatizou a criação de um site completo em Portugal, afirmando que era uma forma de contornar a censura de conteúdo que já havia sido removido do Brasil. Essa situação levanta questões sérias sobre a integridade das instituições e os riscos que a democracia brasileira enfrenta diante da desinformação.
- Diego, outro associado de Cerimedo, também participou da propagação das alegações falsas sobre a eleição.
- O relatório da PF, que contém 884 páginas, examina detalhadamente a tentativa de golpe e as táticas de desinformação usadas.
- As alegações de fraude foram amplificadas por meios que contradizem os dados oficiais e a integridade das urnas eletrônicas.
- A situação destaca a vulnerabilidade das democracias contemporâneas diante de estratégias de manipulação e notícias falsas.
A disseminação dessas informações falsas não apenas compromete a credibilidade do processo eleitoral, mas também divide a sociedade sobre um tema fundamental: a confiança nas instituições democráticas. O cenário exige uma atenção especial por parte do governo e da sociedade civil para assegurar que o processo eleitoral e a verdade não sejam sacrificados em nome de agendas políticas.