Revista Oeste – Recentemente, a Polícia Civil de São Paulo descobriu um manuscrito alarmante do Primeiro Comando da Capital (PCC), revelando um plano meticulosamente elaborado, intitulado “Resposta de sangue”. Este documento, recuperado durante uma operação na Penitenciária de Presidente Venceslau, não apenas expõe intenções de
atingir membros da corporação policial, mas também descreve estratégias de manipulação de manifestações e ações direcionadas a desestabilizar o sistema penitenciário. O conteúdo do manuscrito foi encontrado em 1º de novembro de 2023, quando agentes flagaram um detento tentando consumir os papéis para destruir evidências.
O detento, Luis Alberto dos Santos Aguiar Junior, identificado como membro ativo da facção criminosa, tentou obstruir a investigação, mas os policiais conseguiram recuperar parte dos manuscritos. A análise trouxe à tona termos intrigantes como “sintonia dos gravatas” e “apoio resumo da externa”, sugerindo uma coordenação sofisticada entre líderes do PCC no interior e exterior dos presídios, criando um sistema de comunicação entre diferentes células da facção.
As investigações ainda expuseram que o PCC tinha como alvo a execução de três indivíduos rotulados de “tiranos”, com o intuito de demonstrar o poder do grupo e retaliar o que consideram ações opressivas contra eles no sistema prisional. Essa estratégia de violência faz parte de uma narrativa maior de luta contra o que eles veem como injustiças cometidas pelo Estado.
Protestos Manipulados e Pacto com ONGs
A situação é ainda mais grave quando se revela que o PCC planejou utilizar organizações não governamentais (ONGs) para promover protestos em locais de alta visibilidade, como o Fórum João Mendes e áreas urbanas estratégicas. As manifestações, organizadas por familiares de detentos e coletivos, visavam demonstrar apoio à facção e expor o que consideram injustiças do sistema prisional, utilizando faixas e outras formas de expressão.
Em específico, a ONG Pacto Social & Carcerário foi identificada como uma das organizações que colaborou com essa estratégia. O governo de São Paulo já iniciou a Operação Scream Fake, que visa desmantelar essa parceria problemática entre o PCC e entidades que, teoricamente, trabalham em prol dos direitos humanos e da reintegração social.
Na recente ação policial, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em várias cidades de São Paulo e Paraná, resultando na prisão de doze pessoas, incluindo a liderança da ONG envolvida e advogados que atuavam como intermediários do PCC. Esse cenário levanta questões preocupantes sobre a infiltração do crime organizado em instituições sociais e a manipulação de causas legítimas para alcançar objetivos criminosos.
O plano violento revelado pelos manuscritos do PCC não é um caso isolado, mas um exemplo das complexas interações entre crime organizado, sistema penitenciário e instituições civis. A apuração constante e as ações enérgicas das forças de segurança continuam sendo essenciais para combater essa rede de crimes e suas ramificações na sociedade.