Em um cenário de intensificação do conflito, grupos rebeldes opositores ao presidente Bashar al-Assad têm avançado significativamente na Síria, criando um clima de instabilidade na região. Em Homs, uma das cidades mais estratégicas do país, os rebeldes conseguiram estabelecer o controle após uma prolongada estagnação que se arrastou desde 2011, quando eclodiu a guerra civil.
Recentemente, o Irã retirou chefes militares e diversas autoridades de sua presença no país diante do avanço rebelde. As consequências disso são severas: tanto o Líbano quanto a Jordânia anunciaram a fechamento das fronteiras com a Síria, destacando o medo crescente de que a situação se degrade ainda mais, resultando em uma possível queda do regime de Assad. As informações indicam que Damasco, que permanece sob o controle das forças do governo, é a única cidade com fronteiras abertas nesse contexto crítico.
As autoridades dos Estados Unidos alertaram que Damasco está sob ameaça de ser tomada pelos extremistas, o que poderia gerar uma mudança de regime com profundas consequências para a dinâmica política na região. A crescente tensão fez com que a Embaixada da Rússia, um dos principais aliados do governo sírio, emitisse um alerta pedindo para que seus cidadãos deixassem a Síria em caso de necessidade. A situação se torna ainda mais preocupante devido ao distanciamento do governo de Assad em relação ao Irã, que agora considera difícil fornecer ajuda militar devido aos conflitos recentes com Israel.
A Al Jazeera publicou um mapa detalhando o controle territorial na Síria, onde as forças do governo estão marcadas em vermelho, enquanto os rebeldes do grupo HTS (Hayat Thrir al-Sham) são destacados em verde-escuro. As Forças Democráticas Sírias aparecem em amarelo, compondo uma aliança de diversos grupos étnicos que lutam por um governo democrático e secular no país.
A guerra civil síria, que começou em 2011, trouxe à tona diversos grupos armados e extremistas que lutam contra o regime de al-Assad. O grupo HTS, anteriormente afiliado à Al-Qaeda, propõe uma agenda jihadista, buscando a implementação da Sharia, enquanto o governo sírio possui uma abordagem secular, visando separar religião e política.
O atual estado de guerra, impulsionado pelo uso de armamento moderno como drones, inclui o apoio a rebeldes em áreas estratégicas da Síria. Apesar das acusações de violação de direitos humanos, que marcam a gestão de Assad, ele é visto por alguns analistas como o responsável pela estabilização temporária do país, garantindo uma medida de controle sobre grupos que atentam contra a segurança nacional.
Com o cenário modificado por recentes avanços, há um interesse crescente em como o governo sírio reagirá às novas ameaças. O retorno da luta armada e a iminente transformação territorial podem reinventar não só a Síria, mas todo o equilíbrio político do Oriente Médio.