A pesquisa mais recente revela um panorama alarmante sobre as rodovias brasileiras. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), cerca de 67% das rodovias no Brasil estão em condições insatisfatórias, o que corresponde a 75.039 km de estradas classificadas como regulares, ruins ou péssimas. Somente 338 km (aproximadamente 7,5%) das rodovias foram avaliadas com qualidade ótima.
O estudo conduziu uma análise detalhada de 111.853 km de estradas em todas as cinco regiões do país, e os numerais são surpreendentes. As rodovias públicas, em especial, foram as mais afetadas: apenas 2,7% delas foram consideradas ótimas, enquanto 7,7% estão em estado péssimo. Por outro lado, as rodovias sob gestão privada demonstram um desempenho muito superior, com 63,1% em condições satisfatórias.
A pesquisa também esclareceu que 9 das 10 melhores rodovias brasileiras são administradas por empresas privadas. A principal rodovia, a Raposo Tavares (SP-270), foi citada como o exemplo de excelente gestão e infraestrutura. Em contrapartida, a AC-010, que conecta Rio Branco a Porto Acre, é reconhecida como a pior rodovia do Brasil.
Com patamares tão discrepantes, a responsabilidade da gestão privada é destacada. “A rodovia concedida tem recurso próprio. O usuário paga o pedágio e, naturalmente, ela vai ser uma rodovia de melhor qualidade”, observa um especialista. Essa lógica sugere que o investimento através de pedágios poderá promover estradas de qualidade superior, implicando em segurança e maior comodidade para os usuários.
Além da má condição das rodovias, a pesquisa também identificou pontos críticos como pontes caídas, erosões e quedas de barreiras, que apresentam riscos significativos para os motoristas. Contudo, foi notado um avanço, com uma redução de 7,6% nos pontos críticos, avançando de 2.648 para 2.446 ocorrências de 2023 para 2024.
Contudo, mesmo com essa melhora, a CNT estima que são necessários investimentos aproximados de R$ 99,7 bilhões para recuperar e manter a infraestrutura rodoviária do Brasil. A importância desse investimento é indiscutível, uma vez que estradas em boas condições garantem segurança e desenvolvem a economia regional, além de conectar o Brasil como um todo.
“Estamos trabalhando com os parlamentares para garantir que eles aumentem este percentual de investimento. O Brasil precisa de boas rodovias para integrar regiões e melhorar a segurança da sociedade”, afirmou um representante da CNT. A busca por uma infraestrutura mais robusta é um desafio premente, e as rodovias são a espinha dorsal da mobilidade e do comércio no país.