Na manhã desta quarta-feira, 20 de novembro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anfitriou o líder do Estado chinês, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Este encontro ocorreu após a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, onde Lula e Xi discutiram a importância de estreitar as relações bilaterais e coordenar assuntos multilaterais. A visita de Xi Jinping ao Brasil ocorre em um contexto de crescente colaboração econômica entre os dois países.
Na recepção do presidente chinês, que chegou a Brasília na tarde da terça-feira anterior, Lula contou com o apoio de uma comitiva composta por ministros e o grupo de percussão Batalá, que deu uma calorosa recepção ao visitante com apresentações culturais. Após o encontro no Palácio da Alvorada, Xi Jinping participará da assinatura de atos e de uma declaração à imprensa, seguido de um almoço com Lula.
Está programado um jantar de encerramento no famoso Palácio Itamaraty, onde a visita do presidente chinês será finalizada antes de sua partida do Brasil, prevista para quinta-feira, 21 de novembro. Este evento é emblemático para ambos os países, que já celebraram a assinatura de mais de 20 acordos nas áreas de meio ambiente, agricultura, ciência e tecnologia durante a última visita de Lula a Pequim em 2023.
A visita de Xi Jinping mobiliza uma vasta operação de segurança, com medidas que incluem o monitoramento das redes sociais e o bloqueio marítimo do Lago Paranoá, além de um reforço policial em várias regiões de Brasília. Em um artigo publicado no sábado anterior ao encontro, o líder chinês destacou a longevidade das relações diplomáticas entre Brasil e China, afirmando que elas têm se mostrado cada vez mais maduras e dinâmicas ao longo dos últimos 50 anos.
Além das relações diplomáticas, o comércio bilateral entre Brasil e China merece destaque. A China não só se tornou o maior parceiro comercial do Brasil por 15 anos consecutivos, como também uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país. Em 2023, a China importou impressionantes US$ 104,3 bilhões em produtos brasileiros, representando um saldo positivo histórico de US$ 51,1 bilhões para o Brasil.
O crescimento econômico e a importância da China na América Latina têm provocado uma mudança significativa no cenário geopolítico regional, deslocando o protagonismo que anteriormente era exercido pelos Estados Unidos. Vale ressaltar que, enquanto em 2000 as exportações do Brasil para a China totalizavam apenas US$ 1,1 bilhão, em 2023 esse número cresceu exponencialmente.
Em relação à Iniciativa Cinturão e Rota, que representa o maior programa de infraestrutura da China, o presidente Lula decidiu não assinar o acordo, preferindo conduzir iniciativas já em andamento que não alinhavam o Brasil diretamente com as estratégias geopolíticas de Xi Jinping. A administração brasileira se concentra em quatro grandes áreas para cooperação com a China: investimentos no Novo PAC, construção e reforma de rotas de integração regional, projetos de transição energética e a modernização da indústria.
China e Brasil, que já fazem parte do Brics, também têm colaborado em um contexto mais amplo, propondo em conjunto soluções para crises internacionais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia. Essas ações evidenciam o fortalecimento das relações bilaterais e uma visão compartilhada de crescimento e cooperação mútua.