No último sábado (23 de novembro de 2024), a Venezuela intensificou o cerco à embaixada argentina em Caracas, um ato que gerou preocupações entre opositores do regime de Nicolás Maduro. Relatos indicam que a energia elétrica foi cortada na sede diplomática, e que agentes encapuzados, acompanhados por drones, estão monitorando o local.
A embaixada, que atualmente está sob a responsabilidade do Brasil, abriga membros da oposição que buscam proteção política. O ex-deputado Omar González Moreno descreveu essa situação como “atitude de assédio” e compartilhou um vídeo demonstrando a presença policial em frente à embaixada. A tensão aumentou quando ele afirmou que as autoridades mudaram de posição ao perceberem a gravação sendo realizada.
Além disso, Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da equipe da líder opositora María Corina Machado, detalhou em suas redes sociais que a rua ao redor da embaixada estava bloqueada e que o sinal de celular na região havia sido interrompido. Este cerco é parte de um padrão crescente de intimidação contra opositores do governo e levanta questões sobre a segurança das instalações diplomáticas no país.
O governo argentino não tardou em emitir um comunicado condenando os “atos de intimidação” e ressaltou a necessidade de proteção legal para as embaixadas, conforme estipulado pelas normas do direito internacional. O Ministério das Relações Exteriores da Argentina enfatizou que o envio de agentes armados e o bloqueio de acessos não só coloca em risco a segurança dos asilados como também prejudica a ordem diplomática estabelecida entre nações.
A situação na Venezuela permanece crítica sob o comando de Maduro, que nega veementemente a existência de uma ditadura e atribui a crise a fatores externos. Contudo, a repressão a opositores e a falta de transparência nas eleições levantam dúvidas sobre a legitimidade de seu governo. A autocracia venezuelana, caracterizada por perseguições políticas e falta de liberdade de imprensa, tem gerado um fluxo contínuo de refugiados, com mais de 7 milhões de venezuelanos deixando o país desde 2014.
Este novo cerco à embaixada da Argentina é um reflexo das tensões políticas no país, onde a oposição se vê cada vez mais ameaçada em sua luta por liberdade e direitos políticos. O cenário atual ressalta a importância da comunidade internacional observar e agir em defesa dos diretos humanos na Venezuela, especialmente à luz dos eventos mais recentes que envolvem a segurança das embaixadas e a proteção de asilados.