As principais montadoras de automóveis dos Estados Unidos, incluindo Ford, Stellantis e General Motors, estão se mobilizando para solicitar ao presidente eleito, Donald Trump, que não abandone as regulamentações federais que obrigam a venda de veículos elétricos. Essas regras são essenciais para o futuro da indústria automotiva e foram implementadas para reduzir a emissão de poluentes e aumentar a economia de combustível.
A demanda por carros elétricos tem crescido substancialmente, principalmente após os investimentos bilionários que essas montadoras realizaram para se adaptar a um mercado cada vez mais verde. Entretanto, haverá sérias consequências para o setor caso Trump decida reverter as regulamentações estabelecidas durante o governo de Joe Biden. As montadoras temem que mudanças abruptas possam levar a perdas financeiras significativas.
Trump, que já expressou críticas a essas políticas ambientais, poderia enfraquecer a posição da indústria diante das metas de sustentabilidade. Os regulamentos em vigor visam limitar a quantidade de poluição emitida e foram elaborados durante as administrações anteriores, começando com Barack Obama. As novas normas que devem ser aplicadas a partir de 2027 são ainda mais rigorosas e, segundo estimativas, até 2032 cerca de 56% dos veículos vendidos nos EUA poderão ser elétricos.
Além disso, a relação entre Trump e Elon Musk, CEO da Tesla, representa um fator imprevisível nesse cenário. A Tesla domina o mercado com cerca de metade das vendas de veículos elétricos nos EUA, o que a torna uma peça chave nas negociações e decisões de política pública. Lobistas do setor estão buscando ajustes nas normas, como prazos mais longos para adaptação e diminuição das penalizações.
No dia 12 de novembro, John Bozzella, presidente da Alliance for Automotive Innovation, enviou uma carta a Trump ressaltando a necessidade de “estabilidade e previsibilidade” nas normas de emissão de poluentes para garantir que a indústria automotiva permaneça competitiva no mercado global. As ações do presidente eleito não só moldarão o futuro dos carros elétricos, mas também impactarão a saúde do meio ambiente e a economia do país ao longo dos próximos anos.