Em um momento de grande tensão no cenário geopolítico mundial, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, foi surpreendida ao receber, durante uma coletiva de imprensa ao vivo, uma ordem para não comentar sobre um recente lançamento de míssil balístico intercontinental (ICBM) contra a Ucrânia. Este incidente, captado ao vivo, representa um novo capítulo na escalada do conflito entre os dois países.
No contexto desta coletiva, uma voz masculina orientou Zakharova, “Sobre o ataque com míssil balístico a Yuzhmash, do qual os ocidentais estão falando, não estamos comentando nada”. Essa interação expõe a tentativa da Rússia de controlar a narrativa em relação aos eventos que ocorrem no conflito ucraniano.
A Força Aérea da Ucrânia alegou que a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra a cidade de Dnipro. Caso essa informação se confirme, seria o primeiro uso operacional de tal armamento em um conflito militar. No entanto, fontes ocidentais, incluindo a emissora americana ABC News, descreveram as alegações de Kiev como “exageradas”, afirmando que o míssil utilizado estaria dentro de uma categoria de alcance mais curto.
Os ICBMs são armas de precisão capaz de transportar ogivas nucleares ou convencionais, com um alcance que ultrapassa os 5.500 km e podendo chegar a mais de 10.000 km. Desde a sua primeira introdução pela União Soviética e posteriormente pelos Estados Unidos, esses mísseis têm sido um ponto central de estratégia militar durante a Guerra Fria e em conflitos contemporâneos.
Em meio a esse contexto, cabe destacar que a Ucrânia, em um movimento ousado, utilizou mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos em um ataque nas proximidades dos territórios russos. O presidente americano, Joe Biden, autorizou essa assistência militar, que foi parte de um pacote total de 300 milhões de dólares. A Rússia reagiu à ofensiva, considerando-a uma “nova fase” do conflito.
O clima de incerteza continua a crescer, com Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, conclamando os Estados-membros da UE a apoiar o uso de armamentos de longo alcance pela Ucrânia. Borrell enfatizou a necessidade de uma resposta unida diante da crise, declarando: “O destino dos ucranianos determinará o destino da UE.”
Esse novo capítulo no conflito entre Rússia e Ucrânia não apenas demonstra o nível elevado de hostilidades, mas também levanta questões sobre segurança internacional e as potenciais repercussões que seriam sentidas por diversos países aliados e adversários nas próximas semanas.