O presidente da China, Xi Jinping, enfatizou nesta quarta-feira (20.nov.2024) a necessidade urgente de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, durante sua visita a Brasília. A declaração foi feita ao lado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, onde ambos discutiram a crise em Gaza e as preocupações humanitárias que ela suscita.
“Para resolver a crise atual é preciso focar na Palestina, que é a causa raiz. Apelamos para um cessar-fogo imediato e assistência humanitária garantida, e a implementação da solução de 2 Estados”, declarou Xi. O apelo do líder chinês reflete um consenso crescente entre países que clamam por uma solução pacífica e humanitária para o conflito, cujo impacto sobre a população civil tem sido devastador.
Historicamente, o Brasil tem se posicionado como um defensor dos direitos dos palestinos. As falas de Lula se alinham com as preocupações expressas por Xi. Em várias ocasiões, o presidente brasileiro já havia criticado a condução do conflito por parte de Israel. Em suas declarações, Lula fez comparações diretas sobre o sofrimento dos palestinos e alertou sobre a gravidade da situação, dizendo que a situação atual é comparável às maiores atrocidades da história.
- 18.fev.2024: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.”
- 24.set.2024: “O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino.”
- 25.set.2024: “Manifestei minha solidariedade pelo sofrimento de mulheres e crianças palestinas com a violência e a necessidade de um cessar-fogo imediato.”
O presidente Xi, em suas declarações, não só destacou a necessidade de assistência humanitária a Gaza, como também expressou a preocupação da comunidade internacional diante da escalada do conflito. Ele observou que tanto a China quanto o Brasil possuem uma responsabilidade histórica na luta pela justiça. “Tanto a China como o Brasil têm tradição e responsabilidade de justiça e moral. A China está disposta a trabalhar com o Brasil para construir uma comunidade de futuro compartilhado”, disse ele.
Além das tensões no Oriente Médio, o presidente chinês abordou também a situação na Ucrânia, defendendo uma solução política para o conflito, um ponto que também é reforçado por Lula. O líder chinês ressaltou que a questão ucraniana é complexa e que não existem soluções simples. Este tema foi um dos principais tópicos discutidos na recente cúpula do G20, que ocorreu um dia antes de seu encontro com Lula.
A declaração final do G20, embora tenha reconhecido a seriedade da situação na Gaza, evitou condenar explicitamente os atos tanto de Israel quanto da Rússia, destacando a delicada natureza das relações internacionais atuais e as diferentes abordagens aos conflitos armados que impactam milhões de vidas.