Tag: Antônio Gritzbach

  • STJ Concede Habeas Corpus ao Delator do PCC Assassinato em Guarulhos

    STJ Concede Habeas Corpus ao Delator do PCC Assassinato em Guarulhos

    Em uma decisão impactante, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, após um habeas corpus contestar a anterior decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Essa decisão ocorreu em junho de 2023, mas, lamentavelmente, Gritzbach foi assassinato no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro de 2024, poucos meses após recuperar a liberdade.

    Delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Gritzbach havia sido alvo da facção criminosa por supostamente estar envolvido no assassinato de dois de seus membros de alta patente. Durante o processo judicial, a sua defesa, liderada pelo advogado Eduardo de Vilhena Toledo, argumentou que o réu era primário, possuía emprego licito e residência fixa, e havia permanecido em liberdade por um ano sem registrar novos incidentes.

    A subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, no entanto, havia recomendado a manutenção da prisão, citando a gravidade do crime, que era considerado homicídio duplamente qualificado, além de indícios de coautoria intelectual. Ao relatar o caso, o ministro Sebastião Reis Júnior defendeu a decisão de liberar Gritzbach, destacando que a falta de contemporaneidade dos delitos — cometidos em 2021 — enfraquecia a justificativa da prisão preventiva.

    Durante a sustentação oral, a advogada Anna Carolina Menezes de Noronha Nina Oliveira, filha do ministro João Otávio de Noronha, abordou a complexidade do caso. Outro advogado, o ex-promotor Airton Florentino de Barros, analisou a dificuldade em apurar a responsabilidade do mandante do assassinato de Gritzbach, frisando que a concessão do habeas corpus se sustentava em fundamentos válidos.

    O crime que levou à sua prisão ocorreu em dezembro de 2021, envolvendo a morte de Anselmo Bechelli Santa Fausta e Antonio Corona Neto. Um laudo pericial confirmou a participação de Gritzbach nos homicídios. Em janeiro, ele foi denunciado e sua prisão preventiva foi decretada, mas a ausência de audiência de custódia dentro do prazo legal levou ao relaxamento da prisão. Posteriormente, a medida foi novamente decretada e Gritzbach foi preso em Itacaré, na Bahia. A decisão final do STJ inseriu medidas cautelares alternativas, substituindo a prisão preventiva.

    Essa série de eventos levanta questões sobre a eficácia do sistema judiciário e a proteção dos delatores, especialmente aqueles envolvidos em organizações criminosas. O caso de Antônio Gritzbach não é apenas uma trágica perda de uma vida, mas também um reflexo das dificuldades enfrentadas no combate ao crime organizado.

  • Tensão no Aeroporto de Guarulhos: Olheiro do PCC Facilita Execução de Delator

    Tensão no Aeroporto de Guarulhos: Olheiro do PCC Facilita Execução de Delator

    O som de um alerta em um veículo se tornou o sinal fatídico para a execução do empresário Antônio Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O incidente ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, quando um olheiro, provavelmente associado aos criminosos, avisou sobre a chegada do delator.

    Na tarde de sexta-feira, 8 de novembro, Gritzbach foi surpreendido por um ataque repleto de violência: 29 tiros de fuzil disparados em sua direção. Todo o desenrolar da cena aconteceu na frente da namorada dele e várias testemunhas, em pleno movimento no terminal. Isso levanta questões alarmantes sobre a segurança no local e a atuação de grupos criminosos.

    A polícia fez uma investigação imediata do caso e encontrou o Volkswagen Gol preto utilizado pelos assassinos, que foi abandonado nas proximidades do aeroporto. O carro, equipado com um sofisticado sistema de alerta sonoro, revelou a complexidade e a organização da operação criminosa. A situação se complica ainda mais, já que 13 policiais, incluindo militares que supostamente faziam a segurança de Gritzbach, estão sob investigação.

    Além disso, o acordo de delação premiada de Gritzbach, que tinha como objetivo colaborar com o Ministério Público de São Paulo em troca de redução de penas, está em evidência. A delação envolvia informações sobre crimes perpetrados pela facção criminosa e agentes de segurança. Contudo, não levou à segurança esperada, culminando na sua morte brutal.

    Durante as investigações, surgiram alegações graves contra policiais civis e militares, que mostravam inconsistências patrimoniais e relações duvidosas com o crime organizado. Um áudio comprometedora veio à tona, revelando que um advogado e um policial civil teriam oferecido até R$ 3 milhões para assassinar Gritzbach, aumentando ainda mais a trama de corrupção e crime dentro das forças de segurança.

    A desproporção entre os rendimentos dos policiais e seus respectivos patrimônios levanta um alerta sobre a corrupção no sistema de segurança e como isso pode estar ligado ao aumento da impunidade em casos envolvendo o PCC. O trabalho da polícia agora é crucial, pois novos indícios precisam ser descobertos para que os responsáveis pelo assassinato de Gritzbach sejam levados à justiça.

    Este caso expõe as falhas que ainda existem nas estruturas de segurança pública no Brasil e a forma como o crime organizado continua a infiltrar-se em diferentes esferas. Sem dúvida, as investigações que se seguem serão fundamentais para definir o futuro das colaborações e acordos de delação premiada.