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  • Roberto Amaral: A Importância do Empresário na Construção Civil Brasileira e Seu Legado

    Roberto Amaral: A Importância do Empresário na Construção Civil Brasileira e Seu Legado

    Roberto Figueiredo do Amaral, um dos principais nomes da construção civil no Brasil, faleceu em 24 de dezembro de 2024, véspera de Natal, aos 87 anos. Sua carreira foi marcada por grandes realizações e uma habilidade única em estabelecer conexões entre o setor público e privado, especialmente durante um dos períodos mais desafiadores da história brasileira.

    Amaral dedicou quase três décadas de sua vida à Andrade Gutierrez, uma das maiores construtoras do país, cuja presença e influência no Estado de São Paulo foram fundamentais para o crescimento da empresa. Ingressou na empresa em 1969 e, em 1985, assumiu o comando do braço paulista, impulsionando o faturamento e consolidando a Andrade Gutierrez como um gigante da engenharia brasileira.

    Entre as obras que ficou responsável, destacam-se a reurbanização do Vale do Anhangabaú e a construção da usina hidrelétrica Três Irmãos. Esses projetos não apenas transformaram a infraestrutura da região, mas também refletiram a visão empreendedora de Amaral em um momento em que o Brasil atravessava a transição para a redemocratização.

    • Reurbanização do Vale do Anhangabaú: Criou uma nova área verde na metrópole.
    • Usina Hidrelétrica Três Irmãos: Equipamento com capacidade instalada de 807 MW.

    O empresário era conhecido por sua habilidade em cultivar relações próximas com líderes políticos como Paulo Maluf e Orestes Quércia, que foram fundamentais para o desenvolvimento de projetos nas décadas de 1980 e 1990. Amaral também tinha um histórico de amizade com Jânio Quadros, ex-presidente do Brasil, e estava presente em situações decisivas para a política e economia locais.

    Além de seu impacto no setor da construção, Amaral foi implicado na operação Satiagraha em 2009, devido à sua ligação com o banqueiro Daniel Dantas. A investigação, no entanto, não resultou em condenações, evidenciando a necessidade de um exame mais detalhado do sistema de justiça no Brasil.

    Roberto Amaral deixa um legado imenso, não apenas pelos projetos que realizou, mas também pela forma como navegou no complexo campo das relações políticas e empresariais. Ele deixa sua esposa Rose, cinco filhos e sete netos, simbolizando a continuidade de sua influência, tanto na vida familiar quanto no mundo dos negócios.

    Esse legado é especialmente significativo em um momento em que o setor público e privado precisam mais do que nunca de líderes com uma visão clara e a capacidade de unir forças para enfrentar os desafios do futuro.

  • Toffoli Nega Pedido de Cabral e Mantém Processo da Lava Jato em Andamento

    Toffoli Nega Pedido de Cabral e Mantém Processo da Lava Jato em Andamento

    No dia 28 de novembro de 2024, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar o pedido do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral para anular atos e decisões referentes a um processo da Operação Lava Jato, que resultou em sua prisão preventiva em 2016. A defesa de Cabral tentou estender os efeitos de decisões anteriores que reconheceram um suposto “conluio” entre o então juiz Sergio Moro e procuradores do Ministério Público Federal (MPF).

    A argumentação da defesa baseou-se em precedentes onde foram reconhecidos vínculos problemáticos entre juízes e procuradores, como no caso de Marcelo Odebrecht. Contudo, Toffoli afirmou que o caso de Cabral não possui relação direta com essas decisões anteriores. “Para reconhecer um possível conluio, seriam necessários novos fatos e provas substanciais”, destacou o ministro na sua avaliação.

    A acusação contra Cabral envolve pagamentos ilícitos de propinas por empreiteiras, especialmente a Andrade Gutierrez, em contratos ligados ao Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). De acordo com as denúncias, a quantia total de contratos aumentou de R$ 820 milhões para R$ 1,18 bilhão devido a acordos corruptos.

    Toffoli ressaltou que o pedido era baseado em diálogos contidos nos registros feitos pela defesa de Cabral, que se mostraram insuficientes. O ministro afirmou que a questão envolvia uma análise subjetiva que se afastava substancialmente do precedente citado, pois os diálogos entre juiz e procurador eram limitados a momentos concretos de denúncias.

    Ademais, é importante ressaltar que o ex-governador foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tendo sido libertado em dezembro de 2022. Sua condenação foi ratificada em segunda instância e, atualmente, aguarda avaliações adicionais tanto no STF quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    Este desfecho reitera a complexidade das manobras legais dentro do contexto da Lava Jato, que continua a impactar a política brasileira e a percepção pública sobre a corrupção no país. À medida que novos fatos podem surgir, o caso de Cabral permanece como um exemplo do entrelaçamento entre poder político e judicial, ressaltando a importância de transparência e accountability em processos de governança.