Tag: América Latina

  • Como o Déficit Fiscal e as Políticas de Trump Impactam os Investimentos na América Latina

    Como o Déficit Fiscal e as Políticas de Trump Impactam os Investimentos na América Latina

    A situação econômica da América Latina enfrenta desafios significativos, e a combinação do déficit fiscal e as políticas comerciais implementadas pela administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, podem ter um impacto negativo direto sobre os investimentos na região, incluindo o Brasil.

    Mario Aguilar, estrategista-sênior de portfólio de uma gestora financeira, afirma que os déficits fiscais nos países latino-americanos estão pressionando as moedas locais. Esse cenário pode resultar em retornos de investimento menos favoráveis, especialmente porque muitos desses ativos estão atrelados a produtos importados cotados em dólar.

    No contexto atual, observa-se que os déficits fiscais exigem ajustes significativos na política macroeconômica. Aguilar salienta que as autoridades monetárias poderão ser forçadas a aumentar as taxas de juros para conter a inflação, o que, paradoxalmente, pode prejudicar o crescimento econômico a curto prazo. Por outro lado, essa situação pode apresentar oportunidades para o Brasil, que poderá se beneficiar de um real mais fraco, enquanto países como a Argentina poderão ter dificuldades devido à valorização de sua moeda.

    Além disso, os setores de agronegócio e mineração despontam como áreas promissoras para investimentos. A desvalorização das moedas locais, junto ao aumento da demanda por commodities, cria um terreno fértil para o crescimento econômico. Aguilar também aponta para as oportunidades emergentes no campo da infraestrutura e no setor energético, com a necessidade crescente de exploração de novas fontes de energia, como biogás, energia solar e eólica, além das tradicionais fontes de petróleo e gás.

    • Impactos das políticas fiscais sobre o crescimento econômico.
    • O papel das taxas de juros na estabilização econômica.
    • O agronegócio e a mineração como pilares de investimento.
    • Emergência de novas oportunidades no setor energético.

    Com a implementação de políticas fiscais eficazes e o respeito ao capital privado, Brasil e Chile podem se tornar mercados interessantes para investimentos de médio e longo prazo. Essa análise ressalta a importância de um ambiente político e econômico estável para atrair investidores. O futuro dos investimentos na região, portanto, dependerá não apenas das políticas externas, mas também das internalizações necessárias para garantir um crescimento sustentável.

  • Prosus Adquire Despegar: Uma Nova Era para o Mercado de Viagens na América Latina

    Prosus Adquire Despegar: Uma Nova Era para o Mercado de Viagens na América Latina

    A Prosus, gigante holandesa que também controla o popular iFood e OLX Brasil, anunciou um acordo de aquisição da Despegar, controladora da plataforma de viagens Decolar, por um montante impressionante de US$ 1,7 bilhão. Essa transação representa um valor de US$ 19,50 por ação, o que equivale a um prêmio de 33% sobre o preço de fechamento das ações registrado em 20 de dezembro de 2024. A conclusão do acordo está prevista para o segundo trimestre de 2025.

    No comunicado oficial, a Prosus destacou o potencial lucrativo e a posição estratégica da Decolar em mais de 19 países da América Latina. Este movimento não apenas fortalece a presença da Prosus na região, mas também promete alavancar o crescimento da Decolar, utilizando uma rede extensa de contatos com clientes e a experiência operacional da Prosus.

    Fabricio Bloisi, CEO do grupo Prosus, enfatizou a relevância da Decolar ao afirmar: “A Decolar é uma empresa altamente lucrativa, com uma posição de mercado atraente e uma equipe de gestão experiente, tornando-a uma adição natural à nossa presença na América Latina.” Ele expressou confiança de que as capacidades avançadas de inteligência artificial da Prosus serão um diferencial significativo no sucesso da Decolar.

    Além disso, a Despegar opera com duas plataformas distintas: uma voltada para o público geral, que pode ser acessada através do site e do aplicativo, e outra específica para empresas, oferecendo serviços personalizados para parceiros como bancos e companhias aéreas. Esta ampla gama de serviços e a experiência acumulada certamente colocarão a Decolar em uma posição ainda mais vantajosa no mercado.

    É importante notar que a transação está sujeita a condições habituais de fechamento, incluindo a aprovação dos acionistas da Despegar e o atendimento das regulações necessárias. Com essa aquisição, a Prosus dá um passo audacioso em direção à consolidação de sua influência no setor de viagens, criando novas oportunidades e potencializando a experiência do usuário em suas plataformas.

  • Trump Nomeia Mauricio Claver-Carone como Enviado Especial para a América Latina

    Trump Nomeia Mauricio Claver-Carone como Enviado Especial para a América Latina

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação de Mauricio Claver-Carone como Enviado Especial do Departamento de Estado para a América Latina. Essa decisão ocorre em meio a um contexto de crescente preocupação com a imigração ilegal e a presença de substâncias prejudiciais, como o fentanil, que vêm afetando a segurança na região.

    Claver-Carone, que anteriormente serviu como presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi demitido em 2022 após violar o código de ética do banco. Segundo Trump, Claver-Carone tem experiência e um conhecimento profundo da região, o que o qualifica para lidar com os atuais desafios enfrentados pelos Estados Unidos na América Latina. Na visão do ex-presidente, “é hora de restaurar a ordem em nosso próprio hemisfério“.

    Gerenciamento de Crises na Fronteira
    Trump criticou a administração anterior, afirmando que, durante os últimos quatro anos, o caos e a anarquia dominaram as fronteiras dos EUA. Ele acredita que Claver-Carone é a pessoa certa para enfrentar as “terríveis ameaças” que os EUA enfrentam atualmente, incluindo a imigração ilegal em massa. Em suas declarações, o ex-presidente destacou a importância de colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar.

    A nomeação de Claver-Carone também levanta questões sobre a relação entre o BID e a política externa dos EUA. Apesar de ter sido demitido após um escândalo no BID relacionado a um relacionamento com uma funcionária e aumentos salariais controversos, Trump acredita que isso não deve interferir em sua nova função. O ex-presidente desafiou as acusações, afirmando que Claver-Carone é uma pessoa capaz de trazer mudanças significativas.

    Implicações para a Região
    A escolha de Claver-Carone pode ter várias implicações para a política americana na América Latina, especialmente em relação à cooperação internacional e à luta contra o tráfico de drogas. A participação de Claver-Carone no contexto regional poderá ser fundamental para fortalecer as relações entre os países e enfrentar os problemas que têm afetado gravemente a segurança e a prosperidade.

    Em resumo, a nomeação de Mauricio Claver-Carone como Enviado Especial do Departamento de Estado para a América Latina é um passo importante na estratégia de Trump para revitalizar as relações dos EUA com os países da região, buscando, ao mesmo tempo, combater a imigração ilegal e as narcotraficantes que ameaçam a segurança nacional. A eficácia de sua gestão será observada à medida que os desafios emergirem e as situações se desdobraram.

  • Cúpula da Alba-TCP: Maduro Recebe Líderes em Aniversário de 20 Anos da Aliança

    Cúpula da Alba-TCP: Maduro Recebe Líderes em Aniversário de 20 Anos da Aliança

    No último sábado, 14 de dezembro de 2024, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu em Caracas líderes de diversos países na 24ª Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba-TCP). O evento marcou os 20 anos da fundação da aliança, que ocorreu em Havana em 2004 sob a liderança de Fidel Castro e Hugo Chávez.

    Durante a abertura da cúpula, Maduro destacou: “A Aliança Bolivariana nasceu há 20 anos para promover e impulsionar tempos históricos na construção de um mundo multipolar e pluricêntrico”. Este encontro foi uma oportunidade importante para discutir o fortalecimento das relações entre os países da região.

    A cúpula contou com a presença de representantes de 10 países, incluindo os presidentes:

    • Luis Arce (Bolívia)
    • Daniel Ortega (Nicarágua)
    • Miguel Díaz-Canel (Cuba)

    Além dos primeiros-ministros:

    • Gaston Browne (Antígua e Barbuda)
    • Roosevelt Skerrit (Dominica)
    • Ralph Gonsalves (São Vicente e Granadinas)

    Outros representantes de países como Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, Granada e Honduras também estiveram presentes. A cúpula se concentrou na importância da integração regional e na busca de um “novo modelo de relações internacionais”, como ressaltou Maduro.

    “Tivemos uma reunião privada e concordamos que se abriu uma grande oportunidade para a humanidade viver, pela primeira vez, um tempo sem hegemonias, sem impérios, sem colonialismo”, disse o presidente venezuelano, enfatizando a necessidade de construir um futuro mais igualitário e colaborativo entre as nações.

    Com o passar dos anos, a Alba-TCP se mostrou fundamental para dar suporte a projetos de cooperação e desenvolvimento entre seus membros, solidificando laços culturais e políticos na América Latina e Caribe.

  • Luis Arce: América Latina não será mais o quintal dos EUA

    Luis Arce: América Latina não será mais o quintal dos EUA

    O presidente da Bolívia, Luis Arce, falou recentemente durante a Cúpula do G20 sobre a nova postura que a América Latina deve adotar em relação aos Estados Unidos. Em entrevista, Arce enfatizou que “a América Latina não será mais o quintal dos EUA”, uma declaração que reflete um crescente desejo de soberania e igualdade entre os países latinos.

    Segundo Arce, “os tempos mudaram” e a América Latina está buscando um relacionamento mais igualitário com o novo presidente dos EUA, Donald Trump. Ele afirmou que os países da região querem ser tratados com respeito e buscá-los como sócios, ao invés de uma relação de subordinação.

    O presidente boliviano também destacou o fortalecimento de blocos políticos como o Brics, que, segundo ele, altera o jogo de forças no cenário global e desafia a hegemonia dos EUA. “O Brasil é um ator muito relevante nesse contexto”, comentou Arce, instando o presidente Lula a manter a atenção voltada para a região.

    Além disso, Arce abordou a controvérsia das recentes eleições na Venezuela. Enquanto muitos países contestaram o resultado que garantiu a vitória a Nicolás Maduro, a Bolívia optou por reconhecer o pleito. Ele declarou que “nós, na Bolívia, sofremos algo parecido ao que aconteceu na Venezuela”, referindo-se a alegações de fraude que surgem quando a direita perde eleições.

    Arce destacou a importância do respeito pelas decisões políticas de cada país, mesmo que haja divergências. “Cada um tem seus critérios. E respeitamos o critério do outro”, disse ele, sublinhando a necessidade de diálogo e compreensão mútua entre os líderes latino-americanos. Esse discurso representa um desejo claro da Bolívia e de outras nações da região de se firmarem como entidades soberanas e respeitadas no cenário internacional.

  • Lula e Ilan Goldfajn: Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza Recebe Impulso de US$ 25 Bilhões no G20

    Lula e Ilan Goldfajn: Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza Recebe Impulso de US$ 25 Bilhões no G20

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se neste sábado (16.nov.2024) com o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ilan Goldfajn, no icônico Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. O encontro foi parte de uma missão voltada para discutir não apenas os desafios econômicos, mas também as oportunidades que se apresentam para a América Latina e o Caribe no âmbito do G20.

    A grande notícia que emergiu dessa reunião foi o compromisso do BID em liberar até US$ 25 bilhões (aproximadamente R$ 140 bilhões) para financiar políticas de combate à pobreza e à fome na região. Esse montante torna-se um pilar importante para a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, a qual se destaca como a principal iniciativa do Brasil durante a presidência do G20 em 2024.

    Além de Lula e Goldfajn, o encontro contou com a presença de figuras importantes como o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o assessor especial do presidente, Celso Amorim. Todos discutiram não apenas os desafios atuais, mas também as potencialidades para o futuro, incluindo as necessárias reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento.

    Mais cedo, Lula teve a oportunidade de se encontrar com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, onde abordaram a situação política na Europa e as repercussões das políticas públicas brasileiras. Hidalgo estava no Brasil para participar do Urban 20, um importante encontro que reúne líderes de cidades de todo o mundo.

    Com o suporte financeiro do BID, o Brasil pode implementar diversas iniciativas que visam não apenas erradicar a fome, mas também promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável. A colaboração entre as nações sul-americanas e instituições internacionais se torna crucial nesse cenário.

    A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza representa um passo significativo em direção a um mundo menos desigual. Com reuniões com líderes globais e a criação de estratégias focadas na pobreza, Lula reafirma o compromisso do Brasil em liderar iniciativas que beneficiem toda a região.

  • Porto de Chancay: A Nova Rota da Seda e o Novo Marco nas Relações Sino-Latinas

    Porto de Chancay: A Nova Rota da Seda e o Novo Marco nas Relações Sino-Latinas

    O presidente da China, Xi Jinping, marcou um novo capítulo nas relações comerciais entre a China e a América Latina ao inaugurá-lo, na última quinta-feira, o Porto de Chancay, o maior empreendimento chinês na região, situado a aproximadamente 80 km de Lima, no Peru.

    Com um investimento robusto de US$ 1,3 bilhão e capacidade para receber navios cargueiros com até 24.000 contêineres, este porto é um componente essencial da iniciativa Belt and Road, ou nova Rota da Seda. Este projeto visa conectar a China a diferentes partes do mundo, facilitando o fluxo comercial através de rotas marítimas e terrestres.

    A administração do porto estará a cargo da Cosco, uma das maiores operadoras de transporte marítimo do mundo. A cerimônia de inauguração foi realizada por meio de uma transmissão de vídeo, com a participação de Dina Boluarte, presidente do Peru, que destacou a importância do Porto de Chancay para o desenvolvimento econômico da região.

    O Porto de Chancay não só almeja aliviar a pressão sobre a infraestrutura já saturada do Porto de Callao, como também se posiciona como um futuro hub logístico na região do Pacífico Sul. Essa nova rota não apenas ampliará o fluxo de mercadorias entre a China e a América Latina, mas também promoverá novos investimentos na infraestrutura regional.

    Com a expectativa de estabelecer uma rede de conectividade multidimensional, o porto transformará a dinâmica comercial do Peru, facilitando a conexão entre a costa e o interior do país, e expandindo o acesso a outros mercados latino-americanos e até mesmo ao Caribe. O impacto desse porto se estende não apenas ao comércio, mas à criação de novas oportunidades de desenvolvimento econômico para várias nações da região.

    Além disso, é importante ressaltar que a China tem se consolidado como o maior parceiro comercial de diversos países latino-americanos, incluindo Brasil, Chile, Equador e Venezuela. A região é conhecida por ser um fornecedor significativo de commodities agrícolas, minerais e energéticas, e a inauguração do Porto de Chancay é um passo crítico para potencializar essas relações comerciais.

    Com a clara intenção de fortalecer laços e impulsionar a economia, Xi Jinping mencionado: “A conclusão do Porto de Chancay permitirá que o Peru estabeleça uma rede de conectividade multidimensional, diversificada e eficiente”.

  • Presidente argentino, Javier Milei, será o primeiro líder latino-americano a se reunir com Trump após eleições

    Presidente argentino, Javier Milei, será o primeiro líder latino-americano a se reunir com Trump após eleições

    Depois da confirmação da vitória de Donald Trump, Milei foi um dos primeiros presidentes a parabenizá-lo e afirmar que “pode contar com a Argentina para cumprir com a tarefa de engrandecer novamente a América”. “Faça a América Grande de Novo. Sabe que pode contar com a Argentina para realizar a sua tarefa.”

    Milei deverá ser o único presidente latino-americano a ser recebido por Trump antes de sua posse, em 20 de janeiro de 2025. Pela proximidade ideológica, o presidente argentino busca se tornar a principal referência de Trump entre os líderes da América Latina, em oposição ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista havia anunciado apoio à candidatura de Kamala Harris, que perdeu a disputa contra o republicano.

    “Trump é um expoente do mundo livre, ocidental e capitalista”, disse o porta-voz de Milei, Manuel Adorni. ‘A sua liderança vai encontrar um apoio incondicional do nosso país para defender a vida, a liberdade e a propriedade. Tanto a Argentina quanto os Estados Unidos são um farol de liberdade num mundo que perdeu o rumo devido a ideias errôneas.’

    O chanceler argentino, Gerardo Werthein, também comentou a diferença nas relações diplomáticas e destacou que, enquanto com o presidente Joe Biden a relação de Milei era boa e formal, com Trump a conexão é mais estreita e afinada. “Sempre as relações pessoais contribuem.”