Tag: agricultura francesa

  • Macron Declara Acordo com Mercosul como Inaceitável e Defende Agricultura Francesa

    Macron Declara Acordo com Mercosul como Inaceitável e Defende Agricultura Francesa

    Em meio a intensas discussões sobre o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, o presidente francês Emmanuel Macron expressou uma opinião categórica: o pacto é “inaceitável“. A declaração ocorreu em uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelando a postura firme da França em defender sua soberania agrícola.

    O governo de Macron reafirmou sua intenção de proteger os interesses dos agricultores franceses, que temem que a competição mais intensa com os produtos sul-americanos se traduza em “concorrência desleal“. Segundo o comunicado, a França continuará a lutar por condições justas no que se refere às importações agrícolas do bloco sul-americano.

    A situação torna-se mais complexa à medida que se aproxima a Cúpula do Mercosul, que deverá decidir sobre o futuro do acordo. A presidente von der Leyen, durante sua visita a Montevidéu, enfatizou que “a linha de chegada está próxima” para finalizar as negociações. Esta afirmação ressalta a urgência e a importância de chegarem a um consenso que, segundo ela, poderá criar um mercado que beneficie cerca de 700 milhões de pessoas entre as duas regiões.

    No entanto, a resistência interna na França não mostra sinais de enfraquecimento. Agrupamentos de agricultores franceses têm promovido protestos em massa, exigindo que o governo e a Comissão Europeia reconsiderem sua posição. Com 81,8% dos produtos importados do Mercosul tendo a tarifa *zerada* em um período de até 10 anos, os agricultores locais argumentam que isso colocará suas economias em risco. Eles acreditam que a qualidade dos produtos do Mercosul não atende aos rigorosos padrões ambientais e sanitários da Europa.

    A preocupação com a competitividade é palpável, e muitos temem que a produção de menor custo no Mercosul possa inundar o mercado europeu, prejudicando os agricultores locais. Assim, a questão colonial se torna crítica, refletindo não só divergências econômicas, mas também preocupações sociais e ambientais que não podem ser ignoradas.

  • CEO da Tereos Alerta: Acordo Mercosul-UE Pode Prejudicar a Agricultura Francesa

    CEO da Tereos Alerta: Acordo Mercosul-UE Pode Prejudicar a Agricultura Francesa

    No último dia 22 de novembro de 2024, Olivier Leducq, CEO do grupo francês Tereos, expressou suas preocupações a respeito do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, destacando que o pacto pode resultar em uma concorrência desleal para os agricultores do bloco europeu. O executivo, que lidera a 2ª maior produtora de açúcar no Brasil, afirmou em sua publicação no LinkedIn que tal acordo representa uma ameaça ao futuro dos campos na França.

    O CEO destacou que “numa altura em que nossos colaboradores estão focados na implementação de práticas de Agricultura Regenerativa, como enfrentar a concorrência de produtos importados que não seguem as mesmas normas ambientais e sociais?” Leducq foi enfático em sua oposição ao acordo, apelando à França para que mobilize outros Estados-Membros a não permitir que este pacto seja imposto pela Comissão Europeia.

    As implicações do acordo são significativas para o setor sucroalcooleiro, afetando diretamente a competitividade da produção agrícola francesa. Em sua análise, Leducq afirmou que a agricultura de baixo carbono está sendo implementada gradativamente na França e que o acordo em sua forma atual comprometerá essa ambição. Ele ainda mencionou a mobilização ativa dos agricultores franceses contra o acordo durante o G20, onde o presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou a oposição da França a essa negociação.

    As declarações de Leducq geraram reações no Brasil, com alguns comentadores defendendo que a agricultura brasileira, incluindo a produção de açúcar e etanol, já segue altos padrões ambientais e sociais. O cofundador da NaturAll Carbon, Alexandre Leite, argumentou que as críticas à agricultura brasileira são injustas.

    Se ratificado, a União Europeia concorda em eliminar tarifas sobre 92% das importações do Mercosul em até 10 anos, enquanto o Mercosul cortará 72% das tarifas sobre produtos da UE. No que se refere ao setor agrícola, 81,8% dos produtos importados pela UE do Mercosul estarão isentos de tarifas, enquanto 67,4% das importações do Mercosul da UE também terão isenção.

    • Frango – 180 mil toneladas por ano a mais;
    • Açúcar – 180 mil toneladas;
    • Etanol – 450 mil toneladas para uso industrial e 200 mil toneladas para uso geral;
    • Carne bovina – 99 mil toneladas.

    Além disso, o acordo prevê flexibilização das regras de origem, o que pode aumentar a presença de componentes importados de terceiros países em produtos comercializados no âmbito do tratado.