O som de um alerta em um veículo se tornou o sinal fatídico para a execução do empresário Antônio Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O incidente ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, quando um olheiro, provavelmente associado aos criminosos, avisou sobre a chegada do delator.
Na tarde de sexta-feira, 8 de novembro, Gritzbach foi surpreendido por um ataque repleto de violência: 29 tiros de fuzil disparados em sua direção. Todo o desenrolar da cena aconteceu na frente da namorada dele e várias testemunhas, em pleno movimento no terminal. Isso levanta questões alarmantes sobre a segurança no local e a atuação de grupos criminosos.
A polícia fez uma investigação imediata do caso e encontrou o Volkswagen Gol preto utilizado pelos assassinos, que foi abandonado nas proximidades do aeroporto. O carro, equipado com um sofisticado sistema de alerta sonoro, revelou a complexidade e a organização da operação criminosa. A situação se complica ainda mais, já que 13 policiais, incluindo militares que supostamente faziam a segurança de Gritzbach, estão sob investigação.
Além disso, o acordo de delação premiada de Gritzbach, que tinha como objetivo colaborar com o Ministério Público de São Paulo em troca de redução de penas, está em evidência. A delação envolvia informações sobre crimes perpetrados pela facção criminosa e agentes de segurança. Contudo, não levou à segurança esperada, culminando na sua morte brutal.
Durante as investigações, surgiram alegações graves contra policiais civis e militares, que mostravam inconsistências patrimoniais e relações duvidosas com o crime organizado. Um áudio comprometedora veio à tona, revelando que um advogado e um policial civil teriam oferecido até R$ 3 milhões para assassinar Gritzbach, aumentando ainda mais a trama de corrupção e crime dentro das forças de segurança.
A desproporção entre os rendimentos dos policiais e seus respectivos patrimônios levanta um alerta sobre a corrupção no sistema de segurança e como isso pode estar ligado ao aumento da impunidade em casos envolvendo o PCC. O trabalho da polícia agora é crucial, pois novos indícios precisam ser descobertos para que os responsáveis pelo assassinato de Gritzbach sejam levados à justiça.
Este caso expõe as falhas que ainda existem nas estruturas de segurança pública no Brasil e a forma como o crime organizado continua a infiltrar-se em diferentes esferas. Sem dúvida, as investigações que se seguem serão fundamentais para definir o futuro das colaborações e acordos de delação premiada.